sexta-feira, 14 de novembro de 2014
domingo, 2 de novembro de 2014
Tempo livre (?)
Para visitar uma exposição importante, sempre tem uma (grande) fila à espera dos visitantes ansiosos em conferir com seus próprios olhos o que todos estão comentando.
Confesso que tenho uma certa preguiça de enfrenta-la, e acabo “perdendo” tais exposições, porém me propus a enfrentar o que fosse necessário e conferir OsGemeos no Galpão Fortes Villaça.
Fila na Av Rudge. Foto: @rslmagalhaes
Ver "A ópera da lua", foi mais uma daquelas descobertas urbanas, pois o Galpão Fortes Villaça fica fora do circuito. Apesar de conhecer bem a região, nunca tinha me aventurado a pé na várzea da Barra Funda. Algumas casas térreas, remanescentes da época em que os operários moravam próximos ás fábricas, ainda resistem; e pude presenciar uma senhora varrendo seu quintal (que estava limpo), apenas para curiar 1 os estranhos visitantes; mas a ocupação predominante é de pequenos galpões e oficinas.
Algumas fotos e pensamentos depois, consegui entrar na exposição! E como previsto, uma explosão de cores, texturas e pequenos detalhes que não passaram desapercebidos pelos meus olhos curiosos... me lembrei de quando apreciava o trabalho deles pelas ruas da Liberdade e do Cambuci, sem filas, sem seguranças apressando para “olhar rápido”.
Horas de fila, foram compensadas por alguns minutos pertinho dos personagens, cenários, e um incrível boneco gigante com outros animados dentro do seu peito!
Detalhe de um painel dos grafiteiros OsGemeos. Foto: @rslmagalhaes
O lazer, conceitualmente falando, tem quatro características fundamentais:
- Pessoal: liberdade de escolher o que fazer com o tempo livre.
- Gratuito: não é no sentido de não pagar, e sim desinteressado.
- Hedonístico: prazeroso.
- Liberatório: liberação das obrigações, da fadiga.
Comparando essas características com minha experiência, comecei a questionar alguns pontos... A escolha pessoal poderia ter sido influenciada pelos meios de comunicação ou pelas relações interpessoais – afinal precisamos estar “antenados”! Porque eu iria querer ficar quase três horas em uma fila sob sol escaldante?
Para me divertir!
Mas a fila não é divertida...
E aí entra a questão do gratuito. Quem disse que ficar em pé, com calor, sem sombra não é pagar? É um valor bem alto! E desinteressado? Muito questionável... Pois há interesse de conhecer, de saber, de estar integrado ao grupo social, entre outros.
Me atrevo a dizer que o lazer nem sempre é prazeroso... buscamos o deleite, mas o tédio pode ser o sentimento final. Talvez isso aconteça pela alta expectativa criada em torno do lazer, causada principalmente pela rotina fatigante da sociedade pós industrial.
A sociedade pós industrial é urbana – no Brasil 84,36% da população vive em áreas urbanas. As cidades devem permitir que a população usufrua seu direito ao lazer.
Existe uma recomendação de 12m² de área verde por habitante. Não existe uma área de lazer mínima para cada cidadão; afinal o lazer não exige espaço planejado.
Domingo no Minhocão. Foto: @rslmagalhaes
Andar pelas ruas é uma oportunidade de ver e ser visto, de ver paisagens naturais e construções humanas, de observar as pessoas em geral ou de encontrar-se com alguma pessoa em particular. (CAMARGO, p. 63).
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Referências:
Site
1. http://7a12.ibge.gov.br/vamos-conhecer-o-brasil/nosso-povo/caracteristicas-da-populacao. Acesso em 30/10/2014.
Publicações
1. CAMARGO, Luiz Octávio Lima. O que é lazer? São Paulo: Brasiliense, 1986.
2. CAVALHEIRO, F., DEL PICCHIA, P. C. D. Áreas verdes: conceitos, objetivos e diretrizes para o planejamento. In: ENCONTRO NACIONAL SOBRE ARBORIZAÇÃO URBANA, 4, 1992, Vitória/ES. Anais...vol.I. Vitória: 1992.p.29-38.
Aulas no SENAC-SP / Aclimação:
- Lazer: Profs Elaine Gomes e Fabio Ortolano
Aulas no UAM / Centro:
- Lazer: Prof Luiz Fernando
- Lazer: Prof Luiz Fernando
sábado, 11 de outubro de 2014
23°32' S / 46°38' O
A maioria de nós conhecemos as palavras longitude e latitude, mas poucos sabem o que elas definem!
O planeta Terra gira em torno de um eixo, e os Polos (Norte e Sul) são o encontro deste eixo na superfície terrestre. A longitude é o angulo medido a partir deste eixo, que chamamos de meridiano de Greenwich. A variação pode ser de 0-180º para Leste ou para Oeste.
No centro, e perpendicular a este eixo, esta o plano (ou linha) do Equador; onde a Terra se divide em dois hemisférios: o Norte e o Sul. A variação de ângulos paralelos ao Equador, chamadas de latitudes, pode ser de 0-90º para Norte ou para o Sul.
Latitude e longitude. Disponível em: <http://www.grupoescolar.com/a/b/43625.jpg>. Acesso em: 10/10/2014.
Para localizarmos algum ponto do plano, identificamos a intersecção neste grande quadriculado que divide o Planeta.
Em algum momento da história, foi convencionado esses padrões, e até hoje usamos. Coincidentemente (ou de propósito), os países ditos desenvolvidos (e dominantes) ficam na parte superior da representação gráfica do planeta (mapa mundi), e na parte inferior estão os países subalternos.
Porém, o mundo é redondo, e quem pode dizer onde é em cima, ou embaixo?
De qualquer maneira, nas últimas décadas os países "da parte de baixo", começaram a ter importância no cenário mundial, por diversos motivos... e um deles é a capacidade de produção.
O Brasil está entre eles. E São Paulo é o principal motivo!!!
Desde a era do Ouro Verde (café), a cidade tem uma participação significativa no desenvolvimento do país. Na década de 70 éramos o maior pólo industrial, concentrando mais de 45% da produção do Brasil.
Porém nos final dos anos 80, impulsionada pela mudança da Constituição - que deu maior autonomia para os municípios definirem seus tributos - São Paulo começa a perder as indústrias para as cidades que ofereciam melhores condições tributárias.
Mas a cidade se reorganizou, e ao longo das ultimas décadas, se especializou em atividades voltadas à prestação de serviços e comercialização de bens. Em 2013, a cidade foi responsável por quase 12% do PIB nacional, e desta participação mais de 64% vem das atividades ligadas aos Serviços/ Comércio.
Segundo a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomercio SP), são mais de 1 milhão de trabalhadores registrados - somente no comercio varejista!
A Fecomercio SP é responsável pela administração de duas entidades importantes para os comerciários paulistas: o Serviço Social do Comércio (SESC) e, o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (SENAC).
O primeiro tem como objetivo proporcionar o bem-estar e qualidade vida, e o segundo desenvolver o conhecimento e o empreendedorismo.
Sou aluna do SENAC, sempre usei o SESC, e nunca fui comerciária... E isso é muito interessante, pois as duas instituições, sempre tiveram suas portas abertas para a comunidade!
E como usuária (nome dado aos não-comerciários), posso usufruir da infra-estrutura e programação cultural (intensa) das unidades do SESC da cidade. E são muitas! Existem 13 unidades, além do CineSesc.
Conheço apenas metade deles, e destes, posso dizer que o favorito é o Pompéia - Que merece um post exclusivo!
Sempre acompanho a agenda de algumas unidades, e em junho me inscrevi no Congresso Mundial do Turismo Social. E nesta semana, tive a oportunidade de participar do Congresso, organizado pelo SESC Consolação.
Esses três dias foram repletos de hospitalidade e profissionalismo. Senti o carinho que eles tiveram na elaboração da programação e das (várias) surpresas que tivemos ao longo do evento.
Festa de Encerramento do Congresso Mundial de Turismo Social. Fonte: https://www.facebook.com/SESCConsolacao/photos/a.184403018341811.44015.167246086724171/666725786776196/?type=1&theater. Acesso em: 10/10/2014
Apesar de ter contato com dados estatísticos do setor, pude comprovar que estamos muito desenvolvidos no quesito organização de eventos.
Não é toa que São Paulo é a líder brasileira de turismo de negócios, e aos poucos estamos ganhando o reconhecimento mundial, como o premio conquistado este ano, o IFEA World Festival & Event City "como destino que não mede esforços para proporcionar um ambiente propício para eventos e festivais bem sucedidos" (NAKANE).
São Paulo está localizada na latitude 23º32' Sul... Acho que teremos que inverter o mapa mundi!!!
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Referências:
Sites
http://exame.abril.com.br/economia/album-de-fotos/as-30-cidades-que-mais-contribuem-para-o-pib-do-brasil
http://educacao.uol.com.br/disciplinas/geografia/concentracao-e-desconcentracao-industrial-sao-paulo-e-centro-industrial-do-pais.htm
http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/economia/pibmunicipios/2011/default_xls.shtm
http://www.fecomercio.com.br/NoticiaArtigo/Artigo/11728
http://www.visitesaopaulo.com/press-releases-detalhe.asp?press=935
http://files.ifea.com/Awards/2014EventCity/2014IFEAWorldFestivalEventCityAwardEntrySaoPauloBrazil.pdf
- Todos acessados em 10/10/2014
Aulas no SENAC-SP / Aclimação
- Cartografia: Prof David Carolla
Aulas na UAM / Centro
- Geografia e Cartografia: Prof Maria Angela
- Organização de Eventos: Prof Andrea Nakane
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quinta-feira, 2 de outubro de 2014
O longo caminho...
Me interessei pelo turismo ainda na faculdade de Arquitetura. Logo após minha primeira viagem pela Europa, voltei determinada a fazer alguma coisa para São Paulo se tornar tão atrativa e cheia de visitantes quanto Paris!!! Queria entender o fenômeno para empreender meu próprio projeto: roteiros temáticos p/ conhecer a cidade.
Em meados de 2000, não conhecia nenhuma oferta de city tour pela cidade. Não compreendia como uma cidade com tantas coisas para serem vistas / mostradas, não tinha movimentação turística – não tinha, sob a ótica de uma estudante de arquitetura...
Desde a primeira aula na faculdade, tive certeza que Turismo é o que me faria feliz! E a cada competência alcançada, sinto que ser Guia de Turismo é o que vai me satisfazer!
Até agora, estou percebendo meu papel, concebendo o personagem, adequando meus talentos e aprendendo as técnicas para estrear o espetáculo! Gosto de pensar sob a ótica teatral.
O teatro esteve bem perto de mim, pois durante algum tempo me empenhei para aprender, porém não tenho vocação para a arte dramática. Apesar disso, abracei todas as oportunidades de conhecer diversas formas de fazer teatro, para diversificar meu repertório - que continua pequeno se pensarmos nas possibilidades que o palco oferece.
Umas dessas oportunidades, foi assistir uma das peças que participava do 5° Festival de Teatro da Cidade de São Paulo: “O longo caminho que vai de Zero a Ene”; peça escrita pelo paulista Timochenco Wehbi (1943-1986), encenada pelos atores Anderson Negreiro e David Carolla com direção de Wanderley Damaceno, que narra a trajetória de dois personagens que tem aspirações diferentes, porém dependem um do outro para existir.
O longo caminho que vai de Zero a Ene. Foto: Flávia Rossette. Disponível em https://www.facebook.com/photo.php?fbid=4231411842437&set=t.100001113632259&type=3&theater. Acessado em 02/10/2014.
A perseguição sem objetivos claros, a cegueira para perceber o que de fato é importante, e as máscaras que usamos para nos adequar, foram as principais mensagens que captei da peça. Obviamente, influenciadas pela minha trajetória e principalmente cenário atual.
O processo de transformação, de adequação, e principalmente de autoconhecimento é essencial para corrigir os rumos e percorrer os novos roteiros!
Em meados de 2000, não conhecia nenhuma oferta de city tour pela cidade. Não compreendia como uma cidade com tantas coisas para serem vistas / mostradas, não tinha movimentação turística – não tinha, sob a ótica de uma estudante de arquitetura...
Exposição Cai Guo-Qiang: Da Vincis do Povo – CCBB / SP. Foto: @rslmagalhaes
Mas segui outros caminhos, e somente este ano pude me dedicar ao antigo projeto.
Desde a primeira aula na faculdade, tive certeza que Turismo é o que me faria feliz! E a cada competência alcançada, sinto que ser Guia de Turismo é o que vai me satisfazer!
Até agora, estou percebendo meu papel, concebendo o personagem, adequando meus talentos e aprendendo as técnicas para estrear o espetáculo! Gosto de pensar sob a ótica teatral.
O teatro esteve bem perto de mim, pois durante algum tempo me empenhei para aprender, porém não tenho vocação para a arte dramática. Apesar disso, abracei todas as oportunidades de conhecer diversas formas de fazer teatro, para diversificar meu repertório - que continua pequeno se pensarmos nas possibilidades que o palco oferece.
Umas dessas oportunidades, foi assistir uma das peças que participava do 5° Festival de Teatro da Cidade de São Paulo: “O longo caminho que vai de Zero a Ene”; peça escrita pelo paulista Timochenco Wehbi (1943-1986), encenada pelos atores Anderson Negreiro e David Carolla com direção de Wanderley Damaceno, que narra a trajetória de dois personagens que tem aspirações diferentes, porém dependem um do outro para existir.
O longo caminho que vai de Zero a Ene. Foto: Flávia Rossette. Disponível em https://www.facebook.com/photo.php?fbid=4231411842437&set=t.100001113632259&type=3&theater. Acessado em 02/10/2014.
Além da produção impecável, a excelente atuação dos atores, deixou o texto acessível para assimilação de um ou mais sentido da Perseguição – outro nome dado à peça.
A perseguição sem objetivos claros, a cegueira para perceber o que de fato é importante, e as máscaras que usamos para nos adequar, foram as principais mensagens que captei da peça. Obviamente, influenciadas pela minha trajetória e principalmente cenário atual.
O processo de transformação, de adequação, e principalmente de autoconhecimento é essencial para corrigir os rumos e percorrer os novos roteiros!
segunda-feira, 29 de setembro de 2014
Turismo está na moda!
Após
o megaevento Copa do Mundo Fifa 2014, o Brasil começa a perceber que o Turismo
é um bom negócio. Mas afinal o que é o Turismo?
Recorrendo
ao dicionário, encontramos a seguinte definição: “Viagem ou excursão feita por prazer, a locais que despertam interesse”1. Simples,
mas com dois conceitos importantes: o deslocamento e o prazer.
Analisando
sob a ótica acadêmica-cientifica, encontramos diversas conceituações; porém uma
delas tenta abranger os diversos aspectos do tema:
[...] um fenômeno
sociocultural que envolve o transporte, a estadia, as motivações, a hospedagem,
a hospitalidade, os impactos e os setores econômicos, culturais, sociais e
ambientais afetados e alimentados pelo deslocamento de pessoas no globo terrestre.
(LOHMANN e NETTO, 2012, p. 92).
A OMT
- Organização Mundial do Turismo - que é
agência liga à ONU, organizou em 1991, a Conferencia Internacional de Estatísticas
em Viagens e Turismo; onde foram criadas algumas terminologias especificas para
o setor. Entre elas, uma definição de Turismo, que foi adotada por dezenas de
países e organismos:
Compreende as
atividades de pessoas em viagem e sua permanência nos lugares fora de sua residência
habitual por não mais do que um ano consecutivo por lazer, negócios e outros propósitos
não relacionados ao exercício de uma atividade remunerada no local visitado. (NETTO,
2013, p.30)
E no
Brasil, em 2008, foi sancionada a Lei 11.771, que estabelece
normas sobre a Política Nacional de Turismo; nas disposições
preliminares, o Turismo é definido como:
[...]
considera-se turismo as atividades realizadas por pessoas físicas durante
viagens e estadas em lugares diferentes do seu entorno habitual, por um período
inferior a 1 (um) ano, com finalidade de lazer, negócios ou outras.
Parágrafo único.
As viagens e estadas de que trata o caput deste artigo devem gerar movimentação econômica,
trabalho, emprego, renda e receitas públicas, constituindo-se instrumento de
desenvolvimento econômico e social, promoção e diversidade cultural e preservação
da biodiversidade. (BRASIL. Lei nº 11.711, de 17 de setembro de 2008)
Além da definição do que o Turismo, esta Lei trata da Política, do
Plano e do Sistema Nacional do Turismo.
Vale destacar que um dos objetivos da Política é “promover,
descentralizar e regionalizar o turismo, estimulando Estados, Distrito Federal
e Municípios a planejar, em seus territórios, as atividades turísticas de forma
sustentável e segura, inclusive entre si, com o envolvimento e a efetiva participação das comunidades receptoras
nos benefícios advindos da atividade econômica”.
Pela complexidade / multidisciplinaridade, podemos considerar
todas as definições acima, o importante é entender os conceitos envolvidos: deve
haver o deslocamento, existe um propósito da visita que não deve ser
remunerado, tem uma duração máxima e não mínima e principalmente: vai gerar experiências variadas e impactos
diversos (NETTO, 2013, p. 33).
Turistas na praia de Santo André - Sta Cruz de Cabrália / BA.
Foto: @rslmagalhaes
Uma vez entendido o que é Turismo, é necessário expor os princípios
e enfatizar os valores do fenômeno. A OMT, durante a Assembleia General em
Santiago do Chile, em 1999, decreta o Código Ético Mundial para o Turismo para “[...]
promover o ordenamento turístico mundial equitativo, responsável e sustentável [...]”.
Lembrando que ética é “o conjunto de normas e princípios que norteiam
a boa conduta do ser humano”1.
No primeiro item do capitulo 1, que trata da contribuição do
Turismo para o entendimento e respeito mútuo entre homens e as sociedades, é
explicitado a importância social do Turismo:
A
compreensão e a promoção dos valores éticos comuns da humanidade, em um
espírito de tolerância e respeito à diversidade, às crenças religiosas, filosóficas
e morais são, por sua vez, o fundamento e a consequência de um turismo
responsável. Os agentes do desenvolvimento
turístico e os próprios turistas deverão prestar atenção às tradições e
práticas sociais e culturais de todos os povos, incluindo as minorias nacionais
e as populações autóctones, e reconhecerão suas riquezas. (OMT, 1999)
E logo em seguida, no item 3, o código
expressa a responsabilidade dos agentes envolvidos:
Tanto as
comunidades receptoras como os agentes profissionais locais terão que aprender a conhecer e respeitar os turistas
que os visitam, informar-se sobre sua forma de vida, seus gostos e suas expectativas.
A educação e a formação que competem aos profissionais contribuirão para uma recepção hospitaleira aos turistas.
(OMT, 1999).
Usaremos o sentido de ação,
para a designação de agente – portanto podemos pensar em um organismo que age –
e, num breve exercício, podemos tentar enumerar os agentes do Turismo: transportadoras
(áreas, rodoviárias, marítimas, ferroviárias e fluviais), meios de hospedagem,
operadoras e agências de viagens, guias de turismo, bares e restaurantes,
entidades e associações de classe, poder público, entre outros. Todos deles,
devem seguir os princípios éticos estabelecidos no Código.
Dos agentes citados,
destacaremos o guia de turismo, pois ele é o único profissional do trade turístico
brasileiro. A lei nº 8.623/93 e decreto nº 946/93, regulamentam a profissão:
[...] é
considerado Guia de Turismo o profissional que, devidamente cadastrado no
Instituto Brasileiro de Turismo - EMBRATUR, exerça atividades de acompanhar,
orientar e transmitir informações a pessoas ou grupos, em visitas, excursões
urbanas, municipais, estaduais, interestaduais, internacionais ou especializadas.
(BRASIL. Lei nº 8.623, de 28 de janeiro de 1993).
Guia em ação - Av Paulista/ SP. Foto: @rslmagalhães
Atualmente
o cadastro é feito pelo Ministério do Turismo, através do sistema CADASTUR.
Para se obter tal cadastro é necessário concluir o Curso de Formação
Profissional de Guia de Turismo, que tem no mínimo 800 horas aula, além de
outras burocracias do sistema.
Esta
formação profissional capacita o indivíduo para cumprir com as principais atribuições
listadas na lei:
a)
acompanhar, orientar e transmitir informações a pessoas ou grupos em visitas,
excursões urbanas, municipais, estaduais, interestaduais ou especializadas
dentro do território nacional;
b)
acompanhar ao exterior pessoas ou grupos organizados no Brasil;
c)
promover e orientar despachos e liberações de passageiros e respectivas
bagagens, em terminais de embarque e desembarque aéreos, marítimos, fluviais,
rodoviários e ferroviários;
d)
ter acesso a todos os veículos de transportes, durante o embarque ou
desembarque para orientar as pessoas ou grupos sobre sua responsabilidade,
observadas as normas específicas do respectivo terminal.
“No
exercício da profissão, o Guia de Turismo deverá conduzir-se com dedicação,
decoro e responsabilidade [...]”, este início do Art 9º da Lei, remete ao
comportamento esperado dos agentes envolvidos no Turismo segundo o Código de
Ética da OMT:
DECORO
= honesto, adequado = RESPEITOSO
+
DEDICAÇÃO
= dedicar, pôr-se ao serviço de = HOSPITALEIRO
E
quando analisamos o ambiente que ele atua, essas aptidões se tornam mais
relevantes, pois um grupo de turistas é formado por indivíduos de culturas e
valores totalmente diversos, com expectativas distintas.
Ter
habilidade nas relações interpessoais é essencial para conduzir o grupo, pois o
guia deve ser um mediador para lidar com os conflitos - entre os integrantes do
grupo, entre o grupo e o destino/ atrativo, entre o grupo e os demais agentes
do turismo; e líder do grupo para cumprir com a programação de forma eficaz
(certa) e eficiente (produtiva).
Além
de ter sensibilidade para perceber o grupo, agilidade para tomar as decisões
necessárias e conhecimento para saber fazer o que for possível dentro do que é
permitido.
Sem
esquecer, obviamente, de ser hospitaleiro, que na segunda definição de Ferreira
é o “que acolhe com satisfação”1.
Tudo
isso, para atender as expectativas do grupo, que no mínimo querem um serviço
prestado com qualidade. E qualidade tem conotação positiva, porém subjetiva,
pois cada indivíduo tem sua referência do que é bem feito, bem organizado, bem
projetado.
Não,
não temos superpoderes. Tampouco viemos de outro planeta.
Somos
guias de turismo! Profissionais capacitados para conduzi-los as experiências genuínas
que o Turismo proporciona!
MachuPichu/ Peru. Foto: @rslmagalhaes
Referências:
Sites
http://media.wix.com/ugd/300d02_959dde89dd873b7a29e570a419c2fa5f.pdf
-
Acesso em: 26/09/2014.
http://media.wix.com/ugd/300d02_2a5d6a45f320ac8ca656ff521a7429fb.pdf
- Acesso em: 26/09/2014.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2008/lei/l11771.htm - Acesso em: 26/09/2014.
http://ethics.unwto.org/sites/all/files/docpdf/brazil_0.pdf
- Acesso em: 26/09/2014.
Publicações
1. FERREIRA, A. B. H. Mini Aurélio século XXI: o minidicionário
da Língua Portuguesa. 4. ed. rev. ampliada. Rio de Janeiro: Nova Fronteira,
2000.
2. NETTO,
Alexandre Panosso. O que é Turismo? São Paulo: Brasiliense, 1º reimpressão, 2013.
3. LOHMANN,
Guilherme; NETTO, Alexandre Panosso. Teoria do Turismo: conceitos, modelos e
sistemas. São Paulo: Aleph, 2012.
Aulas no
SENAC-SP / Aclimação
-
Relacionamento Interpessoais: Prof Wanderlei Damaceno
-
Qualidade: Prof David Carolla
-
Funções e Legislação: Prof Adriana
Marcadores:
dedicação,
desenvolvimento,
expectativa,
experiencia,
funções do guia,
guia de turismo,
hospitalidade,
legislação,
qualidade,
relacionamento,
teoria,
turismo
sábado, 12 de julho de 2014
Hospitalidade urbana
O visitante chega na cidade e é exposto a novas percepções; a condição urbana de uma megacidade, situações diferentes de sua rotina, as ações dos moradores... E talvez essa é a maior experiencia de vida que ele procura, afinal quando estamos no papel de turista, procuramos nos aproximar de uma realidade diferente da nossa; novas culturas, novos espaços, novas pessoas!
Mas afinal, o que SP oferece?
Além das respostas obvias: vida noturna intensa, gastronomia diversa, diversidade cultural, etc... SP oferece a CIDADE!
Mas afinal, o que SP oferece?
Além das respostas obvias: vida noturna intensa, gastronomia diversa, diversidade cultural, etc... SP oferece a CIDADE!
E qual é essa cidade?
Podemos responder esta pergunta analisando diversos aspectos: a 3º megacidade do mundo (em população), a capital do estado com o maior PIB do Brasil (33% do total do país), capital mundial da gastronomia (representando a culinária de 51 países), etc...
E se continuarmos as pesquisas, SP é campeão, ou está entre os TOP 10 de alguma lista do mundo.
Porém, um aspecto me interessa, como estudante de Turismo, e futura Guia de Turismo: nossa cidade oferece hospitalidade ao visitante?
O que é hospitalidade?
Posso citar algumas teorias sobre o tema, mas gosto de uma definição bem simples, apresentada pelo prof Chicão (Francisco de Canindé Gentil Vieira): é o traquejo social para receber, hospedar, alimentar e entreter nosso convidado.
E o termo traquejo social engloba os rituais, costumes, educação, cultura, atitudes e valores do anfitrião.
Então, lembrei de um artigo que li sobre o tema, escrito por um arquiteto - Lucio Grinover, ele apresenta três dimensões que podemos analisar a hospitalidade urbana: acessibilidade, legibilidade e identidade.
- Acessibilidade
Possibilidade de acesso aos espaços, serviços e atividades oferecidas na cidade; por TODOS!
Possibilidade de acesso aos espaços, serviços e atividades oferecidas na cidade; por TODOS!
Temos que ter acessibilidade física de locomoção - equipamentos preparados para receber QUALQUER pessoa, meios de transportes que nos levam a qualquer lugar; mas além disso, precisamos PODER frequentar escolas, museus, parques, hospitais, e todos estes equipamentos estarem aptos a nos receber e nos atender!
Então vai além do acesso físico aos equipamentos, é a possibilidade SOCIAL de VIVER na cidade, exercer - de fato - a CIDADANIA.
- Legibilidade
Trata-se da qualidade visual de uma cidade, da "facilidade com que as partes de uma cidade podem ser reconhecidas". A possibilidade do cidadão ler a cidade, e fazer sua própria interpretação do lugar; perceber, ler e interpretar a cidade a partir de seu estilo de vida, cultura e valores.
Trata-se da qualidade visual de uma cidade, da "facilidade com que as partes de uma cidade podem ser reconhecidas". A possibilidade do cidadão ler a cidade, e fazer sua própria interpretação do lugar; perceber, ler e interpretar a cidade a partir de seu estilo de vida, cultura e valores.
No ponto de vista prático, e a possibilidade de ter os códigos / signos da cidade perceptíveis aos habitantes (fixos ou temporários); podemos exemplificar com a geografia da cidade de SP; totalmente "coberta" pela construção, modificada pela ocupação de forma tão intensa que não conseguimos identificar os elementos naturais como rios e morros; e trocamos tal leitura por avenidas (Paulista no topo da cidade), parques (Anhangabaú que cobre o córrego), e até edifícios que fazem papel de mirantes (Altino Arantes - Banespa).
- Identidade
Sempre "em processo" de formação, a identidade de uma cidade muda conforme as transformações sociais do mundo.
Isso fica claro quando percebemos que as diferenças culturais que definiam a identidade do lugar, vem cedendo lugar às linguagem internacionais, por conta da globalização, fenômeno conhecido como "homogeneização cultural".
Vamos levar nossos visitantes para tomar um café no Floresta (Copan) ou no Starbucks????
Sempre "em processo" de formação, a identidade de uma cidade muda conforme as transformações sociais do mundo.
Isso fica claro quando percebemos que as diferenças culturais que definiam a identidade do lugar, vem cedendo lugar às linguagem internacionais, por conta da globalização, fenômeno conhecido como "homogeneização cultural".
Vamos levar nossos visitantes para tomar um café no Floresta (Copan) ou no Starbucks????
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Então voltamos a pergunta: SP é hospitaleira?
Analisando essas três dimensões, a cidade ainda está sendo construída; e espero que um dos legados do megaevento COPA 2014, seja a pedra fundamental para uma cidade acessível, legível e única!
Então voltamos a pergunta: SP é hospitaleira?
Analisando essas três dimensões, a cidade ainda está sendo construída; e espero que um dos legados do megaevento COPA 2014, seja a pedra fundamental para uma cidade acessível, legível e única!
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Fotos: Vale do Anhangabaú; Pinacoteca do Estado; Pateo do Colégio - @rslmagalhaes
Referências:
http://www.revistas.univerciencia.org/turismo/index.php/hospitalidade/article/viewFile/191/206
http://exame.abril.com.br/mundo/noticias/as-21-mega-cidades-do-mundo#4
http://www.terra.com.br/economia/infograficos/pib-do-brasil/
http://g1.globo.com/economia/noticia/2013/12/55-cidades-concentravam-50-do-pib-do-brasil-em-2011-diz-ibge.html
http://www.abresi.com.br/realizacoes_capital_mundial_da_gastronomia.htm
http://www.brasilescola.com/sociologia/cidadania-ou-estadania.htm
domingo, 6 de julho de 2014
São Paulo!!! Terra da garoa, evento que há muito tempo não acontece...Para compensar a seca, o inverno nos presenteia com céu azul, com poucas nuvens e uma luminosidade excelente para tirar ótimas fotografias da cidade.
Sempre aproveito este clima para olhar p/ cima! A cidade nos surpreende com lindas coberturas, com copas de árvores bem posicionadas, para integrar a paisagem cinza e azul. A composição fica espetacular!
Sempre aproveito este clima para olhar p/ cima! A cidade nos surpreende com lindas coberturas, com copas de árvores bem posicionadas, para integrar a paisagem cinza e azul. A composição fica espetacular!
Descobrir novas perspectivas da cidade, e compartilhar com o maior número de pessoas, para mostrar que SP é bem mais colorida - este é o objetivo da KombiTur!
Bem vindos e boa viagem!
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Fotos: Praça do Patriarca / Viaduto do Chá , MAC USP Ibirapuera - @rslmagalhaes
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